Importância do teste do pezinho
Não dá para perder tempo: são no máximo cinco dias para fazer o teste do pezinho no recém-nascido e detectar, no mínimo, seis doenças graves que podem atrapalhar de forma muito séria o desenvolvimento do bebê. Rápido – é apenas uma picadinha no calcanhar – e eficiente, o exame é tão importante que foi instituído obrigatório desde 1992. Este ano, ele faz quatro décadas que chegou ao Brasil, trazido pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e tem ajudado no diagnóstico precoce de diversas doenças, permitindo um tratamento muito mais eficaz.
Teste do pezinho detecta pelo menos 6 doenças graves
O teste do pezinho ou triagem neonatal, como também é conhecido, deve ser feito entre o terceiro e o sétimo dia de vida do bebê e, em sua versão mais básica, a que é fornecida gratuitamente nos postos de saúde, detecta seis doenças graves: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase.
Nas clínicas particulares há ainda outras duas versões mais abrangentes, a Mais (que inclui ainda o diagnóstico de outras quatro, deficiência de G-6-PD, galactosemia, leucinose e toxoplasmose congênita), e a Super, que chega a abranger até 48 patologias.
Atenção aos prazos
O exame só deve ser feito após as primeiras 48 horas de vida, porque é justamente nesse período que o organismo do bebê se estabelece de forma a permitir a identificação de alguma dessas doenças, como a fenilcetonúria, que só é diagnosticada após a ingestão do leite materno. No caso de bebês prematuros, eles devem fazer o exame normalmente, mas retornar após 30 dias para refazer o teste do pezinho. Uma vez detectadas, essas doenças, algumas genéticas (transmitidas pelos genes da mãe e do pai) e outras congênitas (desenvolvidas no útero), precisam de tratamento mais rápido possível para que sequelas futuras sejam evitadas.
A triagem básica do teste do pezinho faz o diagnóstico de seis doenças graves:
Fenilcetonúria
Doença genética caracterizada pela ausência ou carência de uma enzima ligada à quebra do aminoácido fenilalanina. Quando não sofre a quebra necessária, a fenilalanina se acumula no organismo acarretando em graves danos ao sistema nervoso central, comprometendo o desenvolvimento neurológico da criança.
Hipotireoidismo congênito
A baixa produção dos hormônios da glândula tireoide é prejudicial ao desenvolvimento do sistema nervoso, causando comprometimento do desenvolvimento físico e intelectual.
Anemia falciforme
Hereditária, a doença altera o formato da hemoglobina e dos glóbulos vermelhos, prejudicando sua passagem por veias e artérias. Dessa forma, a oxigenação do organismo fica deficiente, gerando complicações em praticamente todos os órgãos e sistemas. A doença pode se apresentar em diversos graus.
Hiperplasia adrenal congênita
É uma série de anomalias nas glândulas suprarrenais que prejudicam a produção de hormônios como o cortisol e a aldosterona e aumenta a produção dos hormônios andrógenos. Assim, nas meninas, pode causar o aparecimento de características masculinas e em meninos o aumento do pênis e o excesso de pelos, além de perda exagerada de sais e aumento do potássio, podendo levar à morte.
Fibrose cística
Doença genética, a fibrose cística é o transporte deficiente de cloro e sódio nas membranas celulares, gerando a produção de um muco grosso e pegajoso que pode provocar o entupimento dos pulmões, facilitando a proliferação de bactérias e dificultando a respiração. Além de insuficiência no pâncreas, há problemas de digestão e a produção de suor com altos índices de cloro e sódio.
Deficiência de biotinase
A enzima biotinase não é produzida em quantidade suficiente, causando convulsões, fraqueza muscular, queda de cabelo, lesões de pele, atraso no desenvolvimento e alterações na coordenação motora. O tratamento precoce previne o aparecimento dos sintomas e pode ser feito através da ingestão de suplementação de biotina.
Converse com o medico para escolher o melhor teste do pezinho
O teste do pezinho é rápido e a coleta de sangue é feita no calcanhar justamente por ser uma área bastante vascularizada, de fácil recolhimento do material. Mas, se você está em dúvida sobre qual dos testes do pezinho deve ser feito no seu filhote, converse antes com o neonatal ou pediatra que atenderá seu bebê. Ele deverá fazer a indicação levando em conta o histórico familiar e a região em que você mora.
Cuidado: não confunda o teste do pezinho com a impressão em tinta da sola dos pés que é anexada aos documentos de identificação do bebê ainda na maternidade. O teste do pezinho pode salvar vidas!
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