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Zika: porque essa doença causa tanto medo.

terça, 12 de abril de 2016

Ela ainda é um mistério, mas tudo o que vai sendo descoberto sobre ela assusta, a começar pelas estimativas da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS): em 2016 entre 3 e 4 milhões de pessoas deverão ser infectadas pelo zika vírus no continente americano, sendo que 1,5 milhão delas no Brasil.

Desde 2015, de acordo com a Opas, a circulação autóctone do vírus já foi confirmada em 33 países, a maior parte deles nas Américas. Apesar da baixa taxa de mortalidade, as complicações que podem estar associadas à doença têm preocupado os pesquisadores. Mas porque esse vírus é tão perigoso?

Estrutura começa a ser revelada
Transmitido pelo mesmo mosquito que o vírus da dengue e da chikungunya, o Aedes aegypti, o zika vírus ainda é um mistério para a ciência, apesar de ter sido descoberto há 60 anos. Apenas no final de março pesquisadores da Universidade de Purdue (EUA) revelaram que, finalmente, conseguiram decifrar a sua estrutura, um importante passo para a criação de uma vacina.

O estudo, publicado no dia 31 de março no jornal Science, mostra que ele tem regiões em que se difere de outros flavovírus – “irmãos” do zika causadores da febre-amarela, dengue e encefalites, por exemplo – e que podem servir de base para o desenvolvimento de um tratamento terapêutico e vacina eficaz.

Zika consegue penetrar nas barreiras que detêm outros tipos de vírus
No dia 8 de março, durante reunião do Comitê de Emergência sobre o zika vírus, em Genebra, a OMS confirmou que a doença afeta os tecidos cerebrais de fetos, crianças e adultos – e que o vírus foi detectado no líquido amniótico, podendo atravessar a placenta e infectar o feto, no sangue, no fluido cérebro espinhal de fetos após abortos (naturais ou não) ou em natimortos e também no tecido cerebral.

Ao contrário dos demais conhecidos da sua família, ele invade o sistema nervoso, chegando aos fetos apesar das barreiras naturais de proteção, como a barreira hematoencefálica.

Segundo a OMS, a microcefalia encontrada em bebês, cuja mãe foi infectada pelo vírus durante a gestação, é apenas uma das anormalidades, que incluem ainda insuficiência placentária, danos ao sistema nervoso central, retardo no crescimento e morte do feto.

Complicações associadas não param de aparecer
As complicações, no entanto, ainda vão muito mais além e os pesquisadores já começam a falar sobre uma síndrome congênita da zika. Ela incluiria a calcificação de algumas áreas do cérebro, problemas nos olhos (catarata) e nos ouvidos, hidrocefalia e membros com má formação, como braços e pernas curvados, sobreposição de dedos, membros de tamanhos diferentes, cerebelo e cérebro praticamente inexistentes e/ou liso, sem sulcos.

Nos casos mais graves, a destruição do sistema nervoso é tão completa que são encontradas apenas cicatrizes no cérebro e as crianças não sobrevivem. No entanto, os problemas podem surgir também após o nascimento, como epilepsia, geralmente após o terceiro mês de vida, e líquido no crânio de bebês nascidos com microcefalia.

Sequelas atingem também adultos e jovens
As sequelas não se restringem aos bebês. Como o vírus não é completamente eliminado pelo organismo após a infecção, ele pode atingir o sistema imunológico gerando um excesso de “zelo” por parte do organismo que passa então a atacar suas próprias células. Por outro lado, a sua permanência no organismo pode fazer com que caia na corrente sanguínea e atinja diretamente o cérebro e o sistema nervoso central, gerando complicações que podem aparecer semanas ou meses após a doença ter acabado.

A manifestação predominante tem sido em relação à Síndrome Guillain-Barré, que provoca paralisia muscular e, apesar de ser considerada rara, já teve mais de 1.800 casos notificados só em 2015, 29,8% a mais do que no ano anterior, em pessoas que contraíra o zika vírus. No entanto, outras complicações relacionadas também têm sido percebidas, como enecefalomielite aguda, meningite, meningoencefalite, encefalites e até mielite aguda.

Como é a prevenção
A prevenção contra o zika é, basicamente, a mesma contra a dengue: uso de roupas de mangas compridas (especialmente gestantes), telas contra mosquitos nas janelas e nas portas, repelentes (gestante devem usar apenas os indicados pelo seu médico), procurar um hospital caso sinta alguma coisa fora do normal e, principalmente, evitar criadouros do mosquito, que se proliferam em água parada. Para as grávidas, a recomendação é de seguir rigorosamente o calendário de consultas e exames do pré-natal, não tomar nenhum medicamento que não seja prescrito pelo médico que acompanha a gravidez e comunicar a ele qualquer alteração sentida neste período.

Quer saber mais sobre o zika vírus? Conte para a gente a sua dúvida e nós responderemos com outro post!

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