Obesidade: como tratar?
Mais da metade da população brasileira sofre com a obesidade e o sobrepeso. Segundo a pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde, 52,2% da população adulta está acima do peso, sendo que, destes, 17,9% são obesos. Mas por que a obesidade é tão difícil de tratar? Qual o tratamento para a obesidade?
O problema está longe de ser nacional. Pesquisa do grupo internacional Colaboração de Fatores de Risco de Doenças Não-Comunicáveis (NCD RisC, na sigla em inglês) mostra que há mais obesos no mundo do que pessoas abaixo do peso: nada menos que 641 milhões de pessoas em todo o planeta tem IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30, a maioria mulheres, 14,9% delas. Há apenas 40 anos era justamente o contrário, havia prevalência de pessoas abaixo do peso.
Uma a cada 3 crianças entre 5 e 9 anos sofre com sobrepeso
Longe de significar que a Humanidade está mais bem alimentada, o índice de obesidade global mostra apenas que ela está alimentando-se mal, cada vez pior. A obesidade é uma doença relacionada aos hábitos da vida moderna, como a ingestão de fast food, enlatados, sedentarismo, falta de cuidados com a saúde. Mas o pior é que, segundo a pesquisa da Vigitel, boa parte dos brasileiros obesos não se considera assim, não faz acompanhamento médico de colesterol e normalmente descobrem a diabetes de forma ocasional.
O problema começa cedo, já na infância. O IBGE aponta que uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos tem sobrepeso e que 80% das crianças acima do peso ideal na adolescência mantêm esse excesso na vida adulta. Os problemas decorrentes extrapolam o aspecto físico, como diabetes e hipertensão, mas acarretam também problemas emocionais e psicológicos, como o bullying, problemas de convívio social, depressão – muitas vezes com reflexos durante toda a vida.
Tratamento deve ser multidisciplinar
O tratamento da obesidade não é fácil, mas é possível. Não existe mágica, é preciso força de vontade e resultado pode salvar vidas. O indivíduo deve aderir ao tratamento, que envolve uma mudança radical de hábitos e de estilo de vida. Além da adoção de um plano alimentar balanceado para emagrecer, é preciso fazer atividades físicas regularmente. Há ainda medicamentos que ajudam no processo, como a Sibutramina. Dependendo do caso, pode haver necessidade de acompanhamento psicológico e, nos casos de obesidade mórbida e comorbidades, a cirurgia bariátrica (de redução do estômago) costuma ser indicada, mas é preciso que todos os demais tratamentos já tenham sido tentados sem sucesso.
Tratamento medicamentoso
O tratamento da obesidade pode envolver diversas especialidades, como endocrinologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e cardiologista, entre outros. É o endocrinologista, por exemplo, que orientará a parte medicamentosa do tratamento, com remédios que ajudam a tirar a fome e combater a gordura acumulada. Alguns dos medicamentos utilizados são Sibutramina, Xenical, Desobesi e Biomag. No entanto, há vários efeitos colaterais que devem ser acompanhados pelo médico, como dores de cabeça, ansiedade, insônia, nervosismo, hipertensão, aumento dos batimentos cardíacos, intestino preso, boca seca e dependência química.
Cirurgia bariátrica
O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece quatro técnicas diferentes para a cirurgia de redução do estômago ou bariátrica, que são indicadas de acordo com o caso, a critério médico: gastrectomia vertical, banda gástrica ajustável, derivação bileopancreática e by-pass gástrico. A cirurgia, no entanto, só é indicada para pessoas com IMC acima de 30 com morbidez e comorbidades, como hipertensão e diabetes.
Cuidados que devem ser tomados
É preciso compreender que, mesmo que a pessoa não sinta nada a princípio, quem é obeso tem uma doença que pode ser curada. O acompanhamento médico é essencial durante toda a jornada e o apoio da família e psicológico profissional também são muito importantes. Tome cuidado, no entanto, para não cair em algumas armadilhas:
- Consultórios e clínicas não podem vender medicamentos para a obesidade, você tem o direito de escolher a farmácia de sua confiança ou a que ofereça o melhor preço, seja ele pronto ou de manipulação;
- Jamais tome um medicamento por conta própria, o acompanhamento do endocrinologista é fundamental;
- Nunca compre qualquer medicação pela internet ou academias de ginástica porque muitos não são autorizados pelo Ministério da Saúde e podem fazer mal, piorando a sua saúde;
- Não existe processo de emagrecimento rápido e fácil, portanto não acredite em propagandas e promessas miraculosas. Da mesma forma, fórmulas de emagrecimento com diversas substâncias misturadas são perigosas, são proibidas pelo Ministério da Saúde e podem causar óbito;
- Não ache que apenas o medicamento ou a cirurgia acabará com seu problema de sobrepeso ou obesidade. Qualquer tratamento só terá resultados positivos e duradouros com a mudança de hábitos e estilo de vida – adoção de exercícios físicos regulares e dieta balanceada.
Quer saber mais sobre problemas de peso? Deixe aqui a sua sugestão!