Câncer de pulmão: uma nova esperança.
Já são mais de 150 mil casos por ano no Brasil. Segundo tipo mais ocorrente em homens e o quarto em mulheres, o câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos e tem apresentado 2% de aumento de incidência em todo o mundo. Considerado altamente mortal, o câncer de pulmão é uma das maiores causas de morte evitáveis, com sobrevida média cumulativa de cerca de cinco anos. Agora, no entanto, esse quadro pode estar começando a mudar, graças a pesquisadores brasileiros que descobriram uma forma bastante eficiente de diagnosticar o tumor de forma precoce, prolongando a sobrevida dos pacientes.
Rastreamento ósseo detecta o início da metástase do câncer de pulmão
O estudo foi desenvolvido por pesquisadores do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e está criando ótima expectativa no prolongamento e na qualidade de vida dos pacientes de câncer de pulmão com metástase óssea. A metástase acontece quando as células cancerosas caem na corrente sanguínea e atingem outras partes do corpo.
A grande descoberta é que há mais possibilidade de metástase óssea em pacientes com adenocarcinoma de pulmão, o subtipo mais comum de câncer de pulmão. Os ossos são um dos principais locais de metástase no organismo.
Ainda não há cura para a metástase óssea e o tratamento é feito através de cirurgia e medicamentos intravenosos. No entanto, a nova descoberta permite que os ossos do paciente com adenocarcinoma sejam rastreados através de exames, possibilitando que o tratamento comece bem no início da metástase – aumentando o tempo e a qualidade de vida do portador de câncer de pulmão, o que mais mata em todo o planeta.
A ideia, agora, é comprovar e detectar precocemente a metástase, para então criar um protocolo de inserção do rastreamento ósseo na rotina durante e após o tratamento, melhorando as condições de sobrevida do paciente. A pesquisa que permitiu a descoberta foi realizada em 2015 com 413 pacientes diagnosticados entre 2013 e 2012 e publicada no periódico Luna Câncer, a revista especializada em câncer de pulmão mais importante da atualidade.
Tabagismo aumenta em até 20 vezes o risco de câncer de pulmão
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pulmão pode estar relacionado a condições socioeconômicas menos favoráveis, mas já se sabe que o tabagismo e o consumo de industrializados conservados em sal aumentam significativamente o risco da doença.
Para se ter uma ideia, os fumantes chegam a ter 20 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão do que os não fumantes – e em 90% dos casos diagnosticados a doença está associada ao consumo do tabaco e seus derivados.
Ainda segundo com o Inca, a literatura a respeito mostra que irmãs, irmãos e filhos de pessoas que tiveram câncer de pulmão têm risco levemente aumentado de desenvolver a doença, mas ainda não foi possível estabelecer uma proporção do quanto é fator hereditário ou decorrente do próprio hábito de fumar.
Basta uma célula sofrer mutação para dar início ao câncer de pulmão
O câncer de pulmão não tem cura. O tumor maligno tem início em um dos pulmões após uma célula normal sofrer mutação por ser exposta a um dos fatores de risco. Ela então começa a se multiplicar descontroladamente, levando à formação de um conglomerado que é o câncer.
Como são mutantes, essas células têm características diferentes das células normais: elas conseguem fazer metástase, desprendendo-se do tumor original e caindo na rede sanguínea, por onde chegam a outros tecidos do organismo e se multiplicam criando novas lesões, que não param de crescer e se espalhar.
Com a descoberta dos pesquisadores brasileiros, através do rastreamento será possível descobrir a metástase em seu estágio inicial, assim que atingir a estrutura óssea, dando início precoce ao tratamento e aumentando a sobrevida dos pacientes.
Sintomas parecem com o câncer já em fase avançada
Os sintomas de maior destaque são dores agudas ou indistintas na costela ou no peito; dor circunstancial ao respirar; tosse forte ou crônica com catarro, seca e/ou com sangue; fadiga, desânimo; dor de cabeça; dor nos ossos; falta de apetite e fraqueza; respiração sibilante, falta de ar e infecções respiratórias frequentes, perda de peso e linfonodos aumentados. De uma forma geral os sintomas só costumam aparecer quando o câncer já está instalado e em forma avançada, por isso os exames preventivos e hábitos saudáveis na rotina são essenciais.